Chegada dos Portugueses

Chegada dos Europeus a Costa Brasileira

Com a chegada dos europeus a costa brasileira no início de século XVI, esta era habitada por diversos grupos nativos: tamoio, tupinambá, goitacaz, guaianaz, carijó, tupiniquim, tabajara e outros. A maioria dos grupos era pertencente aos tupis, e estes forneceram aos colonizadores informações sobre outros povos, os tapuias, entre os quais se encontravam os índios de Goiás. (Hist. De Goiás em Doc. Luis Palacin; Ledonias F. Garcia e Janaina Amado,- p.11)
O grande “descobridor” de Goiás foi Anhangüera. Isto não significa que ele fosse o primeiro a chegar a Goiás, como vimos anteriormente, mas sim que ele foi o primeiro em vir a Goiás com intenção de se fixar aqui, (1690 1718).
Expedições organizadas na Bahia, (centro da colonização) tidas como oficiais e caracterizadas como “entradas, descidas e bandeiras” percorreram o território do então chamado Estado de Goiás, com finalidade de explorar o interior, capturar os índios e buscar riquezas minerais, para a coroa portuguesa. Estes índios, logo que capturados, deveriam ser também aldeados, ou seja, reunidos em povoações fixas, chamadas aldeias, onde, sob supervisão da uma autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo e aprender a religião cristã. (Hist. De Goiás – Luis Palacin e Maria Augusta sant’anna Moraes;1975 - p.6)
Em 1754, D. Marcos do Noronha primeiro governador da Capitania, estabelece um regimento a estas aldeias, submetendo os índios a um rigoroso regime militar, que gerou os piores resultados. (De Goiás em Doc. Luis Palacin; Ledonias F. Garcia e Janaina Amado, p.88)
De São Paulo também vieram expedições para Goiás, chegando até o extremo norte, em busca dos índios. Mas o costume de migrar, ou pelo habito, ou por guerras entre inimigos, faziam com que os vencidos se refugiassem nos sertões, em busca de novas terras para o cultivo, ou simplesmente para fugir do colonizador, que os obrigava a se escravizar, mantendo-os presos e matando-os caso julgassem necessário. (Hist. De Goiás em Doc. Luis Palacin; Ledonias F. Garcia e Janaina Amado, p.11)
Segundo Saint Hilaire, falando de Goiás, desde os primeiros dias da colônia até a chegada da Corte ao Rio de Janeiro, os governadores, que aqui representavam a família real, gozavam de um poder praticamente ilimitado.
A falta de comunicações, a carência de um aparelho administrativo organizado, as enormes distâncias e a inexistência de uma polícia ainda que rudimentar, fez com que a existência e o reconhecimento de uma ordem legal significasse exatamente o contrário de um poder ilimitado e , neste ponto, a sobrevivência de muitos direitos pessoais e de classe, próprios do direito estamentário, dificultavam, ainda mais, o exercício da autoridade na província.
Os governadores se encontravam, não só longe do poder absoluto, mas mesmo de uma real autonomia. Não nomeavam nem escolhiam seus colaboradores, nem podiam destituí-los, não podiam criar novos ofícios nem prescindir dos existentes; deviam prestar contas, e esperar aprovação, até dos menores gastos extraordinários. Qualquer inovação na lei ou no costume devia ser submetida, de antemão, ao Conselho Ultramarino, e não podia ser posta em prática sem sua expressa aprovação.
Segundo Palacin, é relativamente grande a documentação que aborda a passagem de bandeiras e descidas pelo nosso Estado no século XVII. Já no século XVIII há grande movimento migratório por parte dos nativos.


Século XVII em Goyás.


As bandeiras seguindo de canoa até o extremo norte de Goiás, região do Estreito, seguiam o curso dos rios: Paranaíba –Tocantins-Araguaia, e voltavam pelo Tietê a São Paulo; viagem que durava entre 2 e 3 anos, naquela época. E as descidas usadas pelos jesuítas, que tinham criado na Amazônia um sistema bastante estruturado, que buscava índios para as aldeias de aculturação. Eram expedições fluviais, que subindo o Tocantins chegaram a Goiás. (Hist. De Goiás – Luis Palacin e Maria Augusta Sant’Anna Moraes; 1975-p.6e 7)

FIGURA 1: Mapa Rios: Paranaíba –Tocantins-Araguaia As bandeiras seguindo de canoa até o extremo norte de Goiás, região do Estreito, seguiam o curso dos rios.(fotografado dos arquivos do IPHBC- domínio público)

A partir de 1653, iniciam-se regularmente expedições dos jesuítas e demais expedições em busca de minas de ouro das quais tinham noticias, a partir de caminhos fluviais, partindo de Belém pelo Amazonas e remontando depois o Tocantins.
Segundo Palacin bandeira era uma expedição organizada militarmente, onde cada participante contribuía com parcela de capital representado por seus escravos.
Entre os principais financiadores das bandeiras, destacou-se João Leite da Silva Ortiz, genro do Anhanguera, e proprietário de lavras em Minas, e João de Abreu, irmão de Ortiz. Entre todos os participantes contavam-se uns 150 membros, mas incluindo os escravos, índios e negros, chegava a um total de quinhentos membros. O que fez surgir desavenças entre os líderes paulistas e os componentes das bandeiras.
O Anhanguera se ofereceu ao governador Rodrigo César de Menezes para fazer uma expedição para Goiás. Conforme lembranças suas, ele havia andado com o pai, quando tinha apenas doze anos, pela região do rio Araguaia, e ali recolhido algum ouro.
E estava tendo agora uma oportunidade de retornar ao local, carregado de experiências vindas de sua idade já avançada, fato este que não impediu seu “impulso aventureiro”. Apesar de Anhanguera possuir “muita experiência do sertão dos Guayazes”, ele não fizera “o seu descobrimento por falta de meios” (Resgate, Cap. de São Paulo, 1, doc.250).

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