quinta-feira, 26 de março de 2020

A importância da contação de histórias na educação infantil



A importância da contação de histórias na educação infantil


Ato de contar histórias para as crianças ganhou espaço nos últimos tempos. Principalmente, depois que esse momento de lazer transformou-se em uma profissão, reforçando a importância da contação de histórias na educação infantil.
O contador de histórias é hoje uma figura enigmática que arrebata dezenas e — às vezes centenas — de crianças e jovens, apresentando o mundo das artes e dos clássicos da literatura de forma diferente da tradicional.
Essa, entre outras questões, ajuda a compreender a importância da contação de histórias na educação infantil, num estímulo a cratividade e ao lúdico, tão importantes na educação infantil.
Continue a leitura do post e entenda a importância da contação de histórias na educação infantil e como contar histórias para crianças de forma atraente!
Importância da contação de histórias na educação infantil
Além de ser um momento prazeroso e interativo entre quem conta e quem ouve (geralmente, pais e filhos), narrar histórias para as crianças envolve fábulas, contos e lendas baseadas no repertório de mitos da sociedade.
O adulto, ao contar determinada história, permite que a criança inicie um processo de construção de sua identidade social e cultural.
Contar histórias para crianças também contribui para o desenvolvimento da linguagem — uma vez que amplia o universo de significados da criança — e do hábito da leitura, de vital importância na educação infantil.
Com isso, ajuda no desenvolvimento da criatividade e raciocínio lógico da criança.
Para que entrar nesse universo da literatura infantil?
Prioritariamente, contar histórias é uma forma de entretenimento. Mas, mais do que isso, o conteúdo das histórias faz parte da formação do caráter da criança.
Além de ser uma das melhores maneiras de ajudar os pequenos a lidarem com as descobertas e transformações, pelas quais todos nós passamos quando estamos crescendo e conhecendo o mundo que nos cerca.
Ao ouvir um conto, uma fábula ou uma lenda, a criança vivencia o imaginário e, ao mesmo tempo, se vê na ação dos personagens, colaborando para a construção da ética e da cidadania.
Em que lugares é melhor praticar a contação de histórias?
Seja no ônibus, na volta da escola, numa sala de aula, no trabalho ou quando nos reunimos para jantar, estamos o tempo todo contando e ouvindo histórias.
É da natureza humana a contação sobre algum fato novo no trabalho, o que vivenciamos ou simplesmente como foi o nosso dia, mesmo que nada de tão relevante tenha ocorrido.
Para aproximar pais e filhos, o ideal é escolher um cantinho da casa especial para a atividade. Ou no caso de uma festa, algum lugar onde a criança possa ficar confortável para ouvir e se concentrar.
Qual é a diferença entre ler e ouvir histórias?
A voz, os gestos e a entonação que a pessoa usa ao dar vida a uma história são formas  fundamentais de como contar histórias para crianças.
É importante que a criança perceba as funções sintáticas da língua, o som das palavras e a entonação das expressões para que ela reconheça sentimentos como medo, alegria, raiva, dúvida, coragem etc. Por isso é tão importante que o contador domine a arte narrativa.
O mais comum é que os contadores utilizem o texto escrito como suporte. No entanto, alguns deles preferem narrar a história sem o livro, para que a imaginação flua e ele possa modificar o enredo. Mas, para chegar a esse ponto, certamente é necessário bastante prática e treino.
Como contar histórias para crianças?
Escolha uma leitura que tenha ligação direta com a criança
Bem, é sempre mais fácil começar com histórias que você conhece. Além disso, pense em quais histórias interessarão seus ouvintes e o que é apropriado para suas idades.
Por exemplo: você não contaria uma história de fantasma a crianças de três anos, mas os adolescentes poderiam gostar disso!
Construa um banco de histórias para contar e, em seguida, continue encontrando novas, procurando em livros ou na internet. Traduza e adapte histórias que só podem estar disponíveis em um idioma. Mantenha-os em uma pasta especial ou em um livro.
Destaque e sublinhe os tópicos mais importantes para memorizá-la
Pratique contar uma história contando a si mesmo até que você a conheça bem.
Então, quando contar a outras pessoas, lembre-se de que sua voz e seu corpo são suas principais ferramentas. Utilize-as para criar imagens na mente das crianças, usando:
·         palavras interessantes e expressivas;
·         expressões faciais, como carranca para mostrar o quão irritado um personagem é gestos, como esticar os braços para mostrar o tamanho da coisa;
·         expresse em sua voz que dá diferentes personagens, diferentes vozes sonoras, como uma voz suave para um personagem tímido, etc
Fale com naturalidade, destacando gestos e variações de voz
Movimente o corpo, explique o significado de palavras consideradas mais difíceis e mantenha a atenção da criança.
Como toda tarefa relacionada ao mundo das artes, a prática é o caminho para a perfeição! Mas, acima de tudo, lembre-se de que, se você gosta de contar uma história e sabe como fazer storytelling, há uma boa chance de que seu público goste de ouvi-la!
Gostou deste artigo sobre a importância da contação de histórias na educação infantil? Tem mais dicas de como contar histórias para crianças? Compartilhe com a gente nos comentários.
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uso de aplicativos em sala de aula é uma técnica eficaz para quem quer despertar o interesse chamar a atenção e promover o engajamento dos alunos.
Vivemos em um mundo em que a conectividade e a colaboração fazem parte de nossas vidas desde cedo.
Faz alguns anos, fomos apresentados a geração dos chamados “nativos digitais”. Isto é: aquelas crianças que nasceram em um mundo digitalizado e que, com um ou dois anos de idade, já interagem com tablets e celulares.
Mesmo aqueles que já estão em idade de cursar universidades têm o uso de aplicativos como prática natural e diária, algo inato a suas personalidades, sendo o digital um ambiente onde se sentem muito à vontade.
Nesse contexto, quando falamos de utilizar aplicativos digitais em sala de aula, não estamos falando de permitir que os alunos usem seus smartphones para conversas pessoais ou que joguem quando deveriam estar prestando atenção na aula. Estamos falando de se aliar às vantagens da tecnologia na educação, de adotar essa nova maneira de trabalhar e tirar o máximo proveito de todas as boas coisas que a transformação digital pode trazer para sua escola e para seus alunos.
Neste post, você vai entender algumas vantagens e meios de fazer uso de aplicativos em sala de aula de forma eficaz.

Como fazer uso de aplicativos em sala de aula para melhorar o aprendizado


Uso de aplicativos em sala de aula: 4 exemplos práticos
Adotar alguma ferramenta online para a educação é sem dúvida um diferencial para as instituições de ensino. Os aplicativos permitem não só complementar conteúdos do currículo escolar, mas muitas vezes possibilitam acompanhar o desempenho dos alunos e turmas de onde estiver e em tempo real.
1- Sala de aula invertida
sala de aula invertida é uma metodologia que inova o processo de aprendizagem tradicional, invertendo a forma como o aluno é apresentado ao conteúdo escolar. Nessa prática, em vez de chegar com total desconhecimento sobre a matéria a ser discutida em classe, os alunos são estimulados a pesquisar sobre o conteúdo a ser explorado pelo professor antes da aula.
Estudos mostram que a sala de aula invertida aumenta em média 20% da presença e 40% da participação dos alunos em classe.
E se o professor puder contar com o uso de aplicativos na sala de aula, essa prática será ainda mais facilitada e proveitosa.
O professor pode, por exemplo, criar um guia de conteúdo a ser pesquisado online que ajudará os alunos a se informarem sobre o tema antes da aula. Em sala, o professor pode utilizar uma apresentação de slides que tenha apenas tópicos e, de forma colaborativa com os alunos, ir enriquecendo os slides. Assim, cria-se a apresentação de slide definitiva para a aula.
Aplicativos gratuitos como o Google Sala de Aula podem ser usados nesse tipo de atividade.
2- Exercícios em campo
Imagine uma aula de biologia ou geografia em que o professor leva os alunos para o jardim da escola, ou mesmo um parque próximo, e envia um formulário online com questões do tipo:
·         Ache e fotografe uma flor tal (ou mineral Y).
·         Diga onde foi encontrado um mamífero no parque.
·         E um inseto?
Com o uso de smartphones,ou outros aparelhos digitais conectados à rede, essa seria uma aula incrível, que nunca mais iriam esquecer.
A atividade pode ser feita em pequenos grupos, o que aumentará ainda mais a participação dos alunos e facilitará a utilização de dispositivos móveis, caso não haja um para cada aluno.
3- Aulas de reforço online
Que tal uma aula de reforço via videoconferência?
Sem que os alunos tenham que se deslocar para a escola em um horário em que outras turmas estão ocupando as salas, essa prática aumenta o engajamento dos alunos, além de se beneficiar dos diversos recursos audiovisuais que esse tipo de aplicativo educacional pode proporcionar.
4- Palestras, contadores de histórias e outros convidados
Imagine enriquecer suas aulas apresentando, ao vivo, uma palestrante que pode agregar muito conteúdo a uma matéria, ou mesmo o autor de um livro que se ofereceu para falar com seus alunos.
Outra ideia é convidar um aluno ou professor da escola que está viajando no exterior ou passando um tempo em alguma localidade interessante de nosso país para falar do lugar onde está ou das experiências que está passando.
5- A tecnologia como ferramenta de apoio a organização
Além disso, o uso de aplicativos em sala de aula também ajuda a gerenciar a turma por meio de calendários compartilhados, planilhas e até na correção de provas.
Caso sua escola esteja interessada no uso de aplicativos em sala de aula, também pode se beneficiar dos chamados DaaS, ou Desktop as a Service.
Trata-se do fornecimento de dispositivos, como computadores e laptops, sem que seja preciso adquiri-los.
Mediante o pagamento de uma taxa mensal que já inclui sua atualização e a troca imediata dos aparelhos em caso de algum problema, sua escola pode fornecê-los para alunos, professores e para a área administrativa.
6- A inovação dentro da sala de aula
A Árvore de Livros, tricampeão do Prêmio Top Educação para categoria Softwares Educacionais, é a maior plataforma de leitura digital para escolas no Brasil. Com um fácil acesso a milhares de livros, a Árvore de Livros oferece um ambiente de leitura estimulante e muito próximo do universo dos alunos.
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Este post foi escrito pela equipe da Safetec, uma empresa estabelecida no conceito de inovar a forma de trabalhar das organizações, através de soluções de computação em nuvem focadas em comunicação, colaboração e produtividade.

Papel do Pedagogo na Escola (para a turma de legislação)


Papel do Pedagogo na Escola
Leia livros sobre este assunto Frente à diversidade cultural, política e subjetiva que cada aluno traz consigo, assim como cada professor também carrega enraizada em seu ser, o pedagogo é o profissional responsável por abrir caminhos frente a essas diversidades de modo que elas sejam expostas ao mundo como processos conscientes de são elementos constituintes do ser e que por isso não podem ser descartados nas relações humanas, nem mesmo entre os pequeninos aprendizes dos anos iniciais de escolarização. Mas para isso o pedagogo atenta-se para o currículo, ou seja, para aquilo que se deve ser ensinado como ponto principal e também para a metodologia, ou seja, para o como se deve ensinar.
Assim agindo, o pedagogo proporá à sua equipe uma possibilidade de ação que considere a utilização de “técnicas adequadas que permitem o estudo de alternativas e tomadas de decisão. […] Uma metodologia que permite a apropriação do conhecimento e seu manejo criativo e crítico” (GUIRRO, 2009, p.71).
O papel do pedagogo desse modo é mais do que dar vistos nos planejamentos dos professores ou de simplesmente assinar fichas exigidas pela burocracia da regência escolar, mas sim de “derrubar paredes” da escola de “saltar seus muros” (GUIRRO, 2009, p.71). Em outras palavras, o papel do pedagogo é de quebrar velhos paradigmas que retardam ou diminuem a capacidade de interação entre alunos e professores e buscar outras possibilidades de interação por meio de tecnologias modernas, por meio de recursos gratuitos que convoquem todos (alunos e professores, funcionários e comunidade escolar) a interagir com a escola. Isso mostra que o pedagogo está atualizado com as novas interações sociais, novas formas de contatos socais, novos conhecimentos que podem ser apreendidos com essas situações. Guirro (2009, p.95) também pensa assim e diz claramente: “diante das novas possibilidades, a educação não pode mais viver do passado, negando a existência das tecnologias, pois formaria pessoas desconectadas da realidade em que se inserem”.
Cabe então, ao pedagogo, aprender a manusear essas tecnologias modernas e com elas mostrar novos caminhos para a educação usando-as como ferramentas de aprendizagem. Um exemplo que ilustraria esse contexto: No estado de Minas Gerais, assim como em muitos outros, existe uma lei que proíbe o uso de celular dentro das escolas. Se a função do pedagogo é quebrar paradigmas isso significar correr riscos e mudar posturas para que a aprendizagem seja feita e o aluno tenha maior consciência de sua responsabilidade enquanto cidadão. Ao invés de proibir celulares os professores usassem tais  aparelhos para enviar mensagens aos seus alunos sobre a correria na hora do recreio, que com toda certeza o aluno pararia de correr para atender ao telefone e assim veria que mesmo estando distante o professor está perto; se ao invés de fazer lembretes de reuniões pedagógicas e murais poluídos visualmente de tantos panfletos, recados, lembretes e outros assuntos, o diretor enviasse msn para cada um de seus professores comunicando o dia e a hora da reunião?
O professor em sala de aula, ao invés de falar oralmente para chamar a atenção em sala de aula enviasse um “emoticons” para aquele aluno que está atrapalhando a aula. Pelo simples fato de ele interromper a conversa para pegar o celular ou para ler a mensagem já esfriaria um pouco a conversa e o colega também ficaria mais atento. Ao pedagogo cabe discutir todas essas novidades tecnológicas com seus professores e, mais do que isso, o pedagogo deve estar preparado para ensinar seus colegas de trabalho a usarem essas tecnologias, pois muitos dos professores não as usam porque não sabem usá-las.
Talvez a falta de conhecimento e de prática entre os professores no manuseio dessas tecnologias esteja atrapalhando o desenvolvimento curricular das disciplinas e impedindo que as aulas sejam mais criativas e modernas, que as aulas estejam mais ao gosto dos alunos que dominam razoavelmente bem essas tecnologias sejam porque já possuem computadores em casa sejam porque frequentam LAN house. Sendo assim o papel do pedagogo não se restringe às condições de aprendizagem dos alunos, mas também de toda a equipe de funcionários da escola que deve se manter atualizada com as novas tecnologias e capaz de se interagir com os alunos de modo eficiente, prático e com as atualizações tanto de linguagem quanto de ambientes propícios à comunicação e desse modo aproveitando melhor as oportunidades para coordenar e apresentar novas possibilidades de comportamentos considerados mais éticos, morais e políticos dentro do contexto escolar.
Funções e Áreas de Atuação do Pedagogo Para que o pedagogo exerça de forma satisfatória as suas funções, ele deverá trabalhar de maneira determinada, para que possa identificar a realidade de cada problema, solucionando-o de forma favorável, conseguindo assim resultados que auxiliem de forma eficiente o corpo docente. De acordo com o desenvolvimento de seu trabalho podemos salientar algumas funções, como seguem: desenvolver projetos educacionais de modo a contribuir com a profissionalização e crescimento dos educadores.
·         Liderar em sistemas educacionais, em níveis de coordenação, supervisão ou ensino. Implementar, planejar, e acompanhar a qualidade e o desenvolvimento do ensino.
·         Auxiliar o corpo docente conferindo-lhe maior criatividade na aplicação das disciplinas, implementar técnicas de estudo, buscar a integração da escola com a comunidade.
·         Organizar os métodos de ensino, sempre almejando inovar, formar grupos de professores competentes e motivados, tendo como consequência uma instituição de ensino moderna e referencial.
·         Identificar áreas mais “fracas” ou com resultados pobres, entrando com medidas apropriadas para sanar tais problemas.
·         Construir e qualificar equipes de ensino.
·         Orientar estudantes em processo de aprendizagem, utilizando-se de métodos psicológicos e pedagógicos.
·         Orientação vocacional, ou seja, orientar jovens na escolha da profissão.
·          Desenvolver programas de treinamento empresarial em recursos humanos.
·          Assessorar pedagogicamente em serviços de comunicação de massa (jornais, revistas, etc.) e difusão cultural ( museus, feiras)
·         Atuar no terceiro setor (ONG’S), na coordenação de programas em saúde, trânsito, meio-ambiente, etc.


Atividades: Leia o texto e responda as atividades,
1-      Qual das áreas de atuação do pedagogo mais te atrai enquanto profissional? Explique por que.
2-      Como você faria em uma sala de aula (de jovens e adultos), quando seu aluno mostra-se perdido e com necessidades de se adequar profissionalmente?
3-      Sabemos que o papel do pedagogo não se restringe às condições de aprendizagem dos alunos, então explique qual o verdadeiro papel do pedagogo?
depois envie as respostas no e-mail lazaralzira@gmail.com, ate o dia 01/04/2020.
Cuidem-se, nos vemos em breve.
Abraços Lázara Alzira.

Estudos de História da Educação de Goiás.

Poíesis Pedagógica - V.10, N.1 jan/jun.2012; pp.164-170
RESENHA
––––––––––––––––––––––– ––––––––––––––––––––––––––––– ק–
Educação e História
Patrícia Rodrigues Luiz Peixoto
Nelsimar José Naves2
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
BARRA, Valdeniza Maria Lopes da. (org.) Estudos de História da Educação de Goiás.
(1830-1930) Goiânia-GO. Ed. da PUC, 2011.
O livro "Estudos de História da Educação de Goiás. 1830-1930" é um convite a nos
embrenharmos cerrado adentro, à procura de um Goiás com sua vasta história, porém, ainda
pouco "visitado" pelos pesquisadores. Eis aqui uma obra de relevante valor acadêmico, para
aqueles que pretendem melhor compreender a educação em Goiás, em um período (o século
XIX), que pela historiografia, há tempos se convencionou afirmar pouco existir sobre o que
de fato valha a pena investigar. Perfaz, inclusive, o percurso da História da Educação na
Primeira República. Contudo, mais do que isso, propõe dialogar com outros estudos sobre a
temática da História da Educação, produzidos nas diferentes regiões do país, no sentido de
problematizar esse "campo fértil" em seus diversos contextos e perspectivas.
Prefaciado pelo professor José Gonçalves Gondra e capitaneado pela professora
Valdeniza Maria Lopes da Barra, trata-se de uma miscelânea de quatorze artigos assinados
por alguns pesquisadores vinculados a diferentes universidades do país. O livro é resultado de
pesquisas constituídas através do Projeto Educacional da Sociedade Goiana do Século XIX,
vinculado ao Grupo de Estudos de História da Educação em Goiás.
A professora Valdeniza Maria Lopes Barra inicia seu texto citando alguns autores e
suas diversas abordagens, especialmente acerca da possível vinculação entre um projeto de
1 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão.
Email: patrícia-rlp@hotmail.com
2 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão.
Email: njnaves@hotmail.com
Resenha recebida em 01-08- 2012; aprovado em 19-08- 2012
Resenha 165
Poíesis Pedagógica - V.10, N.1 jan/jun.2012; pp.164-170
educação e um projeto de nação vigente no século XIX, destacando que em Goiás, tal projeto,
possivelmente tenha sua origem no início do Período Imperial.
Através da análise de um periódico da Província de Goyaz: "A Matutyna
Meyapontense”, de 1834, a autora destaca os princípios de universalidade e obrigatoriedade
da instrução primária, postos como prioridade para o país. Faz ainda, um apanhado de escolas
públicas de Primeiras Letras, citando o número de escolas e a quantidade de matrículas, em
períodos específicos entre os anos de 1837 e 1881, tomando como base, os Relatórios
presidenciais, observando, entretanto, a aparente imprecisão de tais dados.
O segundo texto da professora Maria das Graças Cunha Prudente faz uma análise
do contexto em que viviam as professoras da instrução pública da Cidade de Goiás entre os
anos de 1832 e 1887, tendo como premissa, o entendimento do papel das mulheres no cenário
educacional, dentro do recorte proposto pela autora.
Em uma sociedade marcada pelo patriarcado, as representações criadas acerca do
universo feminino auxiliam no entendimento das condições com as quais as professores
conviviam no desenvolvimento de seu ofício. Nesse emaranhado de construções,
desconstruções e reconstruções de representações que se criaram ao longo das décadas, a
autora dá voz a algumas educadoras que se destacaram em seu papel, mesmo longe de
decisões políticas e das influências econômicas e culturais advindas dos grandes centros
urbanos. A Cidade de Goiás é o loco em que a pesquisa se assenta.
Em sequência, o texto da professora Cristiane Maria Ribeiro discute de que forma se
deu o início do processo de constituição da educação em Goiás, a partir de meados do século
XIX, e de que forma a população negra se inseriu nesse contexto. À luz de autores que
estudam a temática, problematiza o pensamento corrente de que as populações negras
efetivamente não tinham acesso à educação, salientando que havia diferenças profundas entre
a população de negros livres, que tinha seus direitos constitucionais assegurados e o que
efetivamente era negado aos escravos, o que, via de regra, é tratado equivocadamente pela
historiografia e pela história da educação, como se pertencentes a uma mesma categoria.
O estudo em questão parte de uma análise bibliográfica de célebres viajantes que
descreveram suas andanças pelo território goiano. A análise desses relatos é pautada pela
hipótese de que tais relatos eram carregados de preconceito, tendo em vista a disseminação de
teorias racistas na Europa, ao longo do século XIX, e que ganharam corpo no século XX.
A professora Yara Fonseca de Oliveira e Silva faz sua abordagem pautada na busca
pela compreensão do universo da criança pobre no estado de Goiás, no século XIX, a partir de
análise dialética do que era produzido pelo jornal Correio Oficial.
166 P. R. L. Peixoto, N. J. Naves
Poíesis Pedagógica - V.10, N.1 jan/jun.2012; pp.164-170
A questão que norteia a pesquisa passa pela compreensão sobre que imagem é
construída da infância no século XIX, e como isso se estabeleceu, e ainda hoje se faz presente.
Em outras palavras, quais representações construímos acerca da criança pobre? Além de
pensar de que forma o discurso oficial se concretiza, ou seja, se transfigura para o domínio
comum dos sujeitos que fazem parte de um determinado grupo.
A autora estabelece como estratégia, a contextualização histórica do Brasil colônia até
o século XIX, seus aspectos políticos e sociais, além de uma abordagem acerca da infância
pobre no estado de Goiás, para, por fim, dimensionar a relação de força entre economia e
educação, através da análise do Jornal Correio Oficial.
O texto da professora Diane Valdez é um estudo das fontes do século XIX, mais
especificamente um mapeamento dos materiais impressos publicados para os alunos das
escolas de Primeiras Letras, ou a instrução primária na província de Goiás, naquele período.
Propõe levantar informações acerca de quais os livros escolares circulavam na região à época.
Tendo o século XIX como recorte temporal utilizado pela pesquisadora, a mesma
destaca que as solicitações de livros carregavam especificidades, tais como a preocupação do
governo da Província em detalhar a quantidade e o tempo que deveria durar cada material,
além das exigências de cuidado com as obras, o papel do professor na conservação dos
"utensílios", como eram tratados os livros na documentação pesquisada.
O professor Thiago F. Santana utiliza-se de documentação composta por leis e
relatórios presidenciais relativos à instrução pública, para analisar a experiência de
escolarização de meninas e meninos na província de Goiás no período de 1827 a 1887. Parte
do pressuposto de que, no período, a escola era produtora de representações de gênero, em
seus aspectos comportamentais e sociais. Investiga, portanto, as estratégias e técnicas
discursivas mobilizadas na legislação escolar da província à época.
O estudo se referencia a partir das reflexões de Michel Foucault, estabelecendo um
diálogo com a teoria das representações sociais e da epistemologia feminista, comparando as
diferenciações com as quais foram se constituindo a educação de meninas e a dos meninos
nas escolas de instrução pública primária na província de Goiás.
Outro artigo dessa coletânea é assinado pela professora Regina Célia Padovan;
aborda a instrução primária e sua materialidade na constituição do escola, especificamente em
Boa Vista do Tocantins, no século XIX. A autora dialoga com uma diversidade considerável
de fontes primárias, com as quais, constrói sua análise, tais como: ofícios, requerimentos,
relatórios, mapas de aulas, mapas demonstrativos, tabelas, entre outros.
Resenha 167
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Os estudos feitos pela pesquisadora, possibilitaram, segundo ela própria, perceber
diferentes ângulos no que tange às representações da escola, onde tais aspectos se fazem
presentes como fração significativa de um tempo social e de uma localidade como Boa Vista.
A professora Marlene Barbosa de Freitas Reis, com a temática, “Algumas
considerações sobre o ofício de professor em Goiás no século XIX (1835-1861)” traz a
reflexão acerca das preocupações sobre o ofício dos professores e analisa como os discursos
oficiais dos presidentes das províncias de Goiás abordavam o assunto utilizando a coleção
Memórias Goianas de 3 a 9 como fonte documental, delimitação esta que se justifica “por ser
um marco referencial a partir de tentativas de organização, normatização e formalização da
instrução pública e da profissão docente em Goiás”. Na integra e não diferentemente das
políticas públicas atuais, o que se observou é que a práxis ficou muito além das expectativas,
pois a decisão de se educar o povo não condizia com as iniciativas de incentivo financeiro
para tal fim incidindo principalmente sobre a má remuneração dos professores, um paradoxo,
visto que a “disseminação da escola pública integrava o projeto da construção da nação”
(VEIGA, 2007, p.131). Neste contexto, Marlene Barbosa realiza uma reflexão acerca da
formação dos professores no século XIX, que em síntese foi muito bem evidenciada nos
discursos tanto das províncias quanto do próprio império, mas que na pratica ocasionou
“desvalorização e desprestígio” da profissão. Um convite para se conhecer e vislumbrar
diferentes paradigmas para pesquisas no âmbito da formação.
A coletânea é enriquecida pelo texto dos professores Anderson de Brito Rodrigues e
Jaqueline Veloso Portela de Araújo, intitulado “Dos princípios de psicologia à psicologia
da escola nova nos currículos e nas reformas escolares em Goiás” (1884-1930). Os autores
fazem um resgate do “surgimento e o desenvolvimento da psicologia como conhecimento” no
âmbito das políticas educacionais no estado de Goiás, o que é subsidiado por “leis, decretos,
regulamentos da instrução pública e periódicos locais presentes em arquivos ou centros de
documentação” fazendo com que o leitor compreenda o processo histórico da mesma. Neste
contexto, os autores revelam a dinâmica que a psicologia desenvolveu diante dos espaços
institucionalizados como hospitais e as faculdades de medicina já no século XIX, atingindo
também o campo educacional no auxílio à formação dos professores sobre “questões
referentes aos métodos de ensino e ao intelecto. Assim, a formação de professores assume
contornos de transformação das instituições escolares tendo como foco principal “os saberes
necessários” à vida em sociedade do educando mesmo no contexto de uma política higienista.
Em síntese, percebe-se que o campo da psicologia, em específico a de Goiás, “corroborou
para a construção de programas escolares, para o entendimento de assuntos concernentes à
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aprendizagem, ao intelecto, ao comportamento, à formação moral, às emoções, à
racionalidade, à linguagem e à cognição do educando entre outros”, principalmente no campo
formativo da Escola Normal.
A professora Benvinda Barros Dourado discorre sobre “A educação católica em
Porto Nacional: O colégio Sagrado Coração de Jesus”. Inicialmente destaca a importância que
a região assumiu por influência da cultura francesa e religiosa por meio dos representantes da
Ordem Dominicana que chegaram a Porto Nacional no final do Período Imperial e ali edificou
instituições educativas, como o colégio fonte de seu estudo, no ano de 1904. Efetivando os
ideais da igreja, no final do século XIX, os dominicanos se instalam no antigo norte de Goiás.
A autora justifica a ação da igreja em institucionalizar uma escola de cunho religioso visto
que o ensino público era carente e a demanda por escolas era vasta, características estas que
abriram caminho para outras ordens religiosas se instalarem em Goiás. A contrapartida desta
educação de “qualidade” vinha em forma de “subsídios por meio de bolsas e convênios
direcionados via poder público”. Outro contexto analisado por Benvinda é o “Curso Normal
do Colégio Sagrado Coração de Jesus: a formação de professoras primárias em Porto
Nacional”. Todos esses aspectos são muito bem analisados por quadros elaborados pela
autora e que delimitam a importância que o colégio teve para a região enquanto formador de
professoras para ensino primário e em específico na formação das primeiras mulheres a
assumir a direção das escolas configurando o projeto de reforma da Igreja Católica contra o
poder público da época.
O texto de Miriam Fábia Alves intitula-se “A instrução primária em Goiás nos
primórdios republicanos”; revela a importância da instrução primária para a conformação de
um modelo republicano e, por outro, na inércia do governo estadual em organizar e expandir
uma rede de instrução primária que entendesse as necessidades educacionais da época.
Contextualiza sobre “a organização da instrução primária em Goiás no período de 1893 a
1917”, tendo como aporte documental “as mensagens dos presidentes do Estado e os
relatórios dos secretários de instrução”. Com efeito, o que se verifica é que a instrução
primária no Brasil vai na contramão daquilo que é proposto em alguns estados norteamericanos
e que, por mais que se reconhecesse a importância da mesma para a formação do
povo, “a maioria dos estados enfrentou muitas dificuldades na expansão e difusão do Ensino
Primário”, ficando o período — “os trinta primeiros anos republicanos” — marcado pela
lentidão do crescimento da rede escolar, mesmo com o advento do Manifesto Republicano
em 1870 que legitimava “a criação de um espaço de crítica às instituições vigentes”. Neste
sentido, conclui-se que vários fatores interferiam negativamente para consolidação do projeto
Resenha 169
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republicano tais como “a precária situação política no estado, o clima de instabilidade, a falta
de continuidade das políticas governamentais, as dificuldades municipais em assumir as
escolas primárias”, o que preconizou uma educação insatisfatória que, por falta de subsídios
de ordem financeira, material e humana e por uma fiscalização ineficiente, não produzia
relatórios que subsidiassem uma análise mais profunda da situação em Goiás.
Em “Caminhos cruzados: A cidade e a escola na história da educação em Goiás na
primeira república”, a professora Rubia-Mar Nunes Pinto enfoca as relações entre o urbano
e o escolar evidenciando o desenvolvimento das cidades e como o sistema educacional
acompanhou tal modernização visto que o ideário republicano de uma nação moderna e
civilizada não se pautava apenas em qualificar professores e adequar programas e regimentos
para a nova civilização, adentrava também a adequação dos prédios escolares, isto assinalava
o progresso. Enquanto isso no âmbito pedagógico observa-se um engessamento do
conhecimento do contexto brasileiro, “a imagem da nação una e indivisível” o que afetava
diretamente a urbanização das cidades com princípios higienistas desarticulando a questão
urbana do social. De acordo com a autora, a estruturação educacional não foi tarefa fácil, pois
as dificuldades econômicas que o estado atravessava refletiam incisivamente sobre os
municípios que não tinham condições de arcar e manter a instrução primária, sem contar “as
tensões entre poder estadual e poderes locais” que dificultou o desenvolvimento da centenária
Vila Boa, pois nada se construía e a população não crescia. Tais mudanças não atingiram toda
população principalmente aquela que vivia no campo, não houve ganhos qualitativos e sim
avanços no processo de leis, reformas e decretos satisfatórios no mecanismo de relação entre a
escola e a cidade com expressiva significação para a construção de uma identidade goiana.
No texto “A história ensinada em Goiás: Algumas Considerações”, a professora
Miriam Bianca Amaral Ribeiro tem como escopo apresentar a história do ensino de história
de Goiás. A súmula da História de Goiás escrita por Americano do Brasil em 1920 para as
comemorações do centenário da independência é seu aporte documental. O (IHGB) Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro tinha a “missão de formular e instalar uma história nacional,
considerada necessária para afirmação do projeto da recém instalada nação” no período pósindependência,
assim imprimia uma identidade nacional, um patriotismo que através do
ensino de história deveria atingir toda a população incluindo os não escolarizados, Miriam faz
um resgate dos avanços que o estado teve a partir da década de 1920, o papel da Escola
Normal como fonte de aperfeiçoamento profissional e posteriormente formador de indivíduos
enquadrados ao sistema, papel este também desempenhado pela disciplina de história que foi
distribuída pelos cursos em História do Brasil, Historia de Goiás e História das Civilizações,
170 P. R. L. Peixoto, N. J. Naves
Poíesis Pedagógica - V.10, N.1 jan/jun.2012; pp.164-170
contextualiza os caminhos do ensino de historia em âmbito nacional e regional para então
evidenciar a Sumula utilizada nas Escolas Normais de 1932 a 1982, neste último a autora faz
um resgate peculiar sobre o autor, caracteriza a obra evidenciando suas fontes primárias,
relata a estrutura e o conteúdo da obra principalmente no que tange ao ensino de história, que
em síntese coadunou com os propósitos do Instituto em manter o ideário nacionalista.
A obra organizada pela Professora Valdeniza Lopes da Barra compõe o período da
história da Educação em Goiás. Muito pontual foi a escolha do artigo que finaliza a obra.
Intitulado “Arquivo histórico estadual de Goiás e Instituto de pesquisas e estudos históricos
do Brasil Central – lugares privilegiados da memória goiana”, produzido pelos professores e
diretores dos referidos arquivos, Antônio Cesar Caldas Pinheiro, diretor do Instituto de
pesquisa e Maria Carmem Lisita, diretora do Arquivo Histórico. Inicialmente os autores
enfocam a falta de estrutura em alguns acervos e arquivos de Goiás e o quanto isso dificulta o
trabalho dos pesquisadores, o que não impossibilita, pois muitas pesquisas no âmbito da
educação em Goiás foram produzidas. Muitos ainda se encontram sem organização e os
documentos estão dispersos por várias cidades como Goiânia, Cidade de Goiás, Silvânia,
Santa Cruz, Pirenópolis dentre outras. Os avanços são perceptíveis tanto no AHEG quanto no
IPEHBC por possuírem “acervo rico e organizado, facilitando a busca e o encontro das
informações existentes na documentação” além de receber subsídios que auxiliam na
manutenção dos mesmos. A fim de demonstrar ao leitor a “missão” que cada espaço oferece
os autores apresentam o “histórico, a formação e as principais tipologias documentais”
existentes em cada arquivo afim de que se torne público o espaço como lugar de pesquisa e
produção de conhecimento principalmente no que tange à história do Brasil Central.
Conclui-se que a obra oferece ao leitor e principalmente aos pesquisadores em História
da Educação uma visão da educação nos primórdios do século XIX e toda ação política entre
Estado, Igreja e Educação demonstrando os retrocessos e avanços de um período pouco
visionado e que muito tem a contribuir para o debate sobre a educação brasileira.
Referência
BARRA, V. M. da. (org.) Estudos de História da Educação de Goiás. (1830-1930)
Goiânia-GO. Ed. da PUC, 2011.

Adolescência - uma pequena parte dela

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