Para Adorno e Horkheimer
este medo, faria com que o indivíduo partisse para a matematização da vida, ao
contrário da observação, reflexão e euforia proposta por Kant. Segundo suas
teorias, ambos aplicariam neste contexto, a forma de redução da história vivida
aos fatos ocasionados pela estética da observação e mostrariam como o saber se
torna nada mais que uma dominação e poder. Ou seja, um conhecimento adquirido
através da observação só faria diferença a partir de atitudes, chamada por
Adorno e Horkheimer de matematização.
Pouco depois passamos
pelo Darwinismo, onde o sujeito foi biologizado – ou seja, a razão tinha uma
base na natureza e a mente um fundamento no desenvolvimento físico do cérebro
humano. Houve também a contribuição das ciências sociais, com a teoria da
socialização. Desenvolveu-se uma explicação alternativa do modo como os
indivíduos são formados subjetivamente, através de sua participação em relações
sociais mais amplas, e é esse desenvolvimento subjetivo que nos proporciona
possibilidades de construção de nosso projeto de vida.
A sociologia ainda
mantinha o dualismo de descartes (o individuo e a sociedade). A figura do
indivíduo isolado, exilado ou alienado, colocado contra o pano-de-fundo da
multidão ou da metrópole anônima e impessoal, é trabalhado também por
Baudelaire, Walter Benjamim, Kafka, Frisby, George Simmel, Alfred Schutz e
Siegfriend; eles mostraram de forma profética o que iria acontecer ao sujeito
cartesiano e ao sujeito sociológico na modernidade tardia.
Então o que nos resta
será descentrar o sujeito.
A primeira
descentralização importante foi feita através das possibilidades de
interpretações propostas através de pequenas frases, injetadas em forma de
pensamentos venturos, projetados na modernidade. Em Marx por exemplo, temos
“homens fazem a história, mas apenas sob concepções que lhes são dadas”. Seus
novos intérpretes leram isso no sentido de que os indivíduos não poderiam de
nenhuma forma ser os “autores” ou agentes da história, uma vez que eles podiam
agir apenas com base em condições históricas criadas por outros e sob as quais
eles nasceram, utilizando os recursos materiais e de cultura que lhes foram
fornecidos por gerações anteriores. Pensamento este que já não faz parte desta
juventudi nascida no século XXI.
Sugestão para 7º aula: Vamos refletir agora depois de tantas
reflexões, como eu poderia agora, ser protagonista da minha própria vida.
Seguindo nesta linha de
pensamento vejamos o que nos disse Louis Althusser – ele nos mostrou que há uma
essência universal de homem e que essa essência é o atributo de “cada indivíduo
singular. O qual é seu sujeito real. Althusser critica Marx por ignorar estes
elementos em sua teoria. Mas nós podemos nos apropriarmos dela e fazer uma bela
reflexão do individuo real que mora dentro de cada um de nós. Quem é ele? Seria
um tal de Rock in rol? Agora acredito que caso você ainda não o consiga, só
mesmo Freud pode explicar!
Então vejamos como pode
nos ajudar Freud.
Segundo ele sobre nossas
identidades e sexualidade e ainda a estrutura de nossos desejos, são formadas
com inconsciente, que funciona de acordo com uma lógica muito diferente daquela
da razão, e arrasa com o conceito do sujeito congnoscente e racional, provindo
de uma identidade fixa e unificada - “o
penso, logo existo”, do sujeito de Descartes.
Os sentimentos
contraditórios entre indivíduos – amor e ódio pelo pai, o conflito entre
agradar e o impulso para rejeitar a mãe, a divisão entre suas partes “boa” e
“má”, são aspectos chave da formação inconsciente do sujeito e de seu projeto
de vida e que deixam o sujeito “dividido”, permanecendo com a pessoa por toda
vida. Embora o sujeito esteja sempre partido ou dividido, ele vivência sua
própria identidade. Portanto, a identidade é algo formado ao longo do tempo,
através de processos inconscientes, e não algo inato, inexistente na
consciência no momento do nascimento.
Vejamos o que diz
Ferdinand de Saussure, sobre os processos conscientes: sua tese trabalha que a
língua é um sistema social e não um sistema individual. Ela preexiste a nós.
Portanto falar uma língua não significa apenas expressar nossos pensamentos
mais interiores e originais, significa também ativar a imensa gama de
significados que já estão imbuídos em nossa língua e em nossos sistemas
culturais.
Sugestão para 8ª aula: Encontro consigo mesmo. Vamos
trabalhar com relatos pessoais.
Sobre tudo isso, temos um
olhar bastante especial de Michel Foucault, que não nos deixa perder de vista o
poder disciplinar, afinal você, jovem deste Século XXI, precisa se preocupar
com a regulação, a vigilância que é o próprio do governo da espécie humana ou
de uma população inteira que requer sobre você. Sob estrito controle e
disciplina, com base no poder dos regimes administrativos, do conhecimento
especializado dos profissionais e no conhecimento fornecido pelas disciplinas
das ciências sociais.
Não menos importantes
temos também alguns movimentos de encontro consigo mesmo, como o feminista –
com revoltas estudantis e lutas pelos direitos civis como em 1968, que teve
como principais características uma política liberal capitalista do Ocidente.
Assim cada movimento
apelava para a identidade social de seus sustentadores. Isso acontecia e vem se
projetando ao longo do tempo, porque é necessário ao jovem em construção, um
apego às suas comunidades, ou seja, grupos no qual o mesmo tenha confiança e a
eventual certeza de que através daqueles que o formam esta de fato a formula mágica
da motivação “para dominar o mundo”. Este jovem é consciente de que as vezes
ele brinca, mas sabe que por pura acomodação e medo de se encontrar na
fotografia de seu progenitor. Afinal, ter certeza das coisas, faz com que você
tome atitude, tenha coragem, vire de fato um adulto. E nada mal seria empurrar
o quanto der essa adolescência até os trinta e poucos anos, ao invés de encerrá-la,
aos dezoito.
Então, qual é de fato meu
projeto de vida?
Sou consciente da minha
felicidade?
Sou feliz?
A juventude vive a pressa
desse mundo líquido que se desfaz entre os dedos que teclam o tout dos
celulares e computadores e se esquecem, ou melhor tem medo de parar e olhar
para trás e ver o que fez, o que construiu, o que aprendeu. Prefere ficar
entediado com o nada para fazer, do que comparar como já evoluiu, cresceu e a
partir deste crescimento, buscar ainda mais e mais, fazer parte como sujeito
protagonista da sua própria vida e junto a sua comunidade de escolha, junto ao
seu grupo de ativismo social.
Quando eu levo a
felicidade ao outro, percebo que também sou feliz. Afinal só posso dar aquilo
que tenho. Então tenho que percebê-la em mim. Fazer o filme de minha vida. E
independente de sua fé, perceber, reconhecer que nem tudo vem a tempo e hora em
que eu determinei. E maturidade é saber respeitar o momento de cada um, e
respirar.
Temos sede de nos
encontrar! Porque somos a imagem e semelhança de Deus, então nos encontrar é
encontrar o próprio Deus que vive em nós.
Portanto temos que ter fidelidade
ao nosso ideal, mesmo que pareça utópico como diria Thomas Morus, ou ainda a
exemplo de santo Agostinho, temos um coração irrequieto, por isso estamos
sempre em busca de algo ainda melhor. Ou seja, a graça é uma troca: eu tenho
quando sou capaz de retribuir e de agradecer. Isto é inteligência emocional.
Para tê-la é preciso estar em harmonia com o mundo.
A inteligência emocional
nos leva a fazer o que eu chamaria de exame de consciência, para dar sentido a
vida. Ou seja tenho que ter a capacidade de mudar, primeiro a mim através de
reflexão e perdão, de amor e de escolha. E não ter no meu irmão um concorrente,
esquecendo a solidariedade.
Devemos entregar e
confiar! Porque solidariedade – perdão e vivência, devem andar juntas, fazendo
parte de um mesmo conjunto que eu chamarei de conhecimento.
Você verá o quão
fantástico é possuí-lo, embora ele venha sempre junto das chamadas obrigações.
E quanto mais eu conheço mais eu perco o direito de ficar calado, diante
daquilo que eu sei, você sabe, não é legal!
Portanto nós temos que
ter coragem, para assumir nossas responsabilidades, nossos compromissos, nossas
limitações, e nossas particularidades, sem negociar, sem trocas. É necessário
nos fortalecer para repassar para o outro e assim fazer um mundo melhor.
Segundo Homi Bhabla, (Um índio que praticamente nasceu
cientista, deu grande contribuição para a teoria quântica, nasceu em 30 de
outubro de 1909 em Bombaim. Bhabha foi morto num acidente aéreo em 24 de
janeiro de 1966, na Suíça). Segundo ele as nações, tais como as narrativas perdem suas
origens nos mitos do tempo e efetivam plenamente seus horizontes apenas nos
olhos da mente. Essas narrativas podem nos prender a invisibilidade do passado,
fazendo com que vivamos como passivos, sem perspectivas de mudanças. Mas sendo
protagonistas de nossas vidas, podemos através deste meu ou seu projeto de
vida, dar verdadeiramente sentido a vida.