quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

SOCIOLOGIA GERAL (Guy Rocher)

SOCIOLOGIA GERAL (Guy Rocher) Os valores simbólicos, devem ser partilhados pelos membros da coletividade, embora não compartilhados com a mesma intensidade, por haver uma divisão entre as pessoas que defendem valores opostos; portanto o valor igualmente partilhado pode ser uma fonte de unidade social. Valores enquanto ideias tem necessidade de serem firmados concretamente por qualquer coisa, através de condutas observáveis. E a adesão aos valores é o símbolo de que se pertence a uma determinada sociedade ou coletividade. Para definirmos símbolos conforme Rocher, podemos ter como: “qualquer coisa que substitui e evoca uma outra coisa”; podemos definir através de três elementos: o significado –– a coisa que significa; - objeto que toma o lugar do outro; a significação- relação entre significado e significante. E ainda um quarto elemento do símbolo, a existência de um código definindo a relação entre significados e significantes; para que os símbolos sejam significativos. Segundo Ernst Cassirer, o animal simbólico se é racional, deve-o à aptidão que adquiriu de representar as coisas de maneira simbólica, pelas palavras e conceitos e de manipular simbolicamente a realidade. O símbolo que dá seu poder sobre o mundo ao homem, não é apenas resultado de uma evolução biológica, mas de uma evolução social. Ele (símbolo) preenche duas funções essenciais: a função de comunicação e a função de participação. Na comunicação o simbolismo serva para a transmissão de mensagens entre dois sujeitos ou uma variação de sujeitos; enquanto que na função de participação favorece o sentimento de pertença a grupos ou a coletividades, servindo também para exprimir modos de pertencimento ou de concretizar certos caracteres da organização dos grupos ou das coletividades em proveito dos que nelas participam e as vezes também tem relações com esses grupos. Os primeiros níveis de simbolismo podem ser representados dor: a escrita impressa que tem maior difusão na função de comunicação, sendo de maior receptividade social. Pode ser também recheada de uma variedade de símbolos. Além de poder se revestir de formas como, códigos telegráficos ou o semáforo, podendo haver igualmente usado, os gestos, a posição do corpo, a mimica do rosto, geralmente acompanhada pela linguagem falada. Um segundo nível de simbolismo são representações mentais que substituem coisas e seres a que se referem. Os conceitos em especial os exprimem virtudes, qualidades, defeitos, mitos ou se referem à histórias passadas, são para muita gente como produto essencialmente social, econômica, política etc. A língua não consiste unicamente na utilização de símbolos para exprimir conceitos, que representam a realidade, eles participam da linguagem através da eclosão dos conceitos. A comunicação humana baseia se na utilização de diferentes formas de níveis simbólicos, tendo uma eficácia dependente de várias condições, como: “utilização do símbolo mais apropriado por parte daquele que emite a mensagem, transmissão completa da mensagem livre de qualquer interferência, interpretação exacta da mensagem por aquele a quem se destina” (p.165) Os símbolos tem também influencia sobre a vida social, e na medida em que serve para concretizar, tornar visual mesmo que em realidades abstratas, mentais e morais da sociedade; contribuem também para manter sentimentos de pertencimento para criar ou assegurar a participação adequada dos membros, segundo a posição e o papel que se ocupa, mantendo assim a ordem social natural e a solidariedade que ela implica. As relações entre os modelos e valores, são profundamente simbólicos. Os modelos podem ser considerados como formas simbólicas dos valores, sendo a orientação da ação, testemunha de uma maneira simbólica. Esta função social do simbolismo adota uma forma concreta, diversificada e numerosa. Entre eles: os símbolos de solidariedade, que ajudam a representar concretamente as coletividades, ou alimentar o sentimento de pertença dos membros, (cerimonias familiares – trocas de presentes, cerimônias religiosas, visitas...) a um nível microssociológico, que são marcadas como simbolismo de participação. Quanto a bebida, seu caráter simbólico pode ser maior e por isso mereceria um estudo por si. Beber em conjunto é evocar laços de união, sentimentos partilhados, acontecimentos que celebram. Em muitas religiões a bebida alcoólica simboliza a comunhão dos crente. Quanto a organização hierárquica interna, muitas vezes complexa da coletividade, atualiza-se constantemente por intermédio de diversos símbolos. Há aqueles que exprimem as diferenças de classes, de estados de prestígio na sociedade. O aparelho simbólico é caracterizado por todas as burocracias, segundo medidas diversas. Basta observar um pouco a organização e a vida, por exemplo de uma universidade, de uma comunidade religiosa, de um hospital, para colher em pouco tempo uma coleção rica de símbolos hierárquicos. Uma sociedade é parcialmente definida pelas suas origens, sua história e evolução por certos acontecimentos que a marcaram, tal como os indivíduos. Maurice Halbwachs defendeu uma tese sobre a memória coletiva, comparando-a com a memória individual. Mas ainda que historiadores se inspirem na memória coletiva, esta não é necessariamente deles. Por intermédio dos símbolos, o universo ideal dos valores passa para a realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Adolescência - uma pequena parte dela

  Adolescência   Dos onze aos quatorze anos eu estudei no CCCM, fica ao lado da Igreja Coração de Maria, na Av. Paranaíba no Centro de Goi...