ESTÁGIO III






(Profª Lazara Alzira de Freitas)



Segundo Leandro Karnal, não podemos dar aula de História, baseados apenas em concepções atuais, pois correremos o risco de cometer anacronismos (fazendo projeções do presente no passado).

O passado existe, porém, é recortado e narrado pelo homem no presente. Sendo assim, todo texto histórico torna-se objeto de história, pois passa a representar a visão de um indivíduo sobre o passado. Ex: o baile de debutantes (10 anos depois – aos 25-envergonhada do traje – e com 65 anos - com uma visão nostálgica). A memória sobre esse baile vai se transformando, conforme a realidade do presente e traz novas reflexões.

Rememorar é uma atividade de todos, mas o historiador tenta tornar consciente e crítica.

A representação do passado e do que consideramos importante, é um processo constante de mudança. Porque a memória muda, pois esta envolvida em um fazer orgânico, o que a torna mutável.

Um livro sobre a guerra escrito a cem anos, continua válido como documento, mas é provável quem a visão do autor já seja superada, ou seja, é uma visão compartilhada pela memória. Portanto ensinar História é uma atividade submetida a 2 transformações permanentes: transformação do objeto em si; e da ação pedagógica.

No primeiro caso, o fazer história é transformado pelas mudanças sociais, pelas novas descobertas arqueológicas ou documentais, no 2º caso: a ação pedagógica muda porque mudam seus agentes (professores, alunos e os anseios dos pais). Ainda que as mudanças sejam mais lentas.

É importante não haver equívocos, transformando as mudanças apenas em introdução de máquinas mais modernas (retroprojetor, filmes, nout book, tables e outros), trata-se de pensar a mensagem e se ela apresenta validade, tenha cara velha ou nova.

Em muitos casos, uma sensibilidade e vontade de mudanças, esbarra tanto em vícios tradicionais da escola, como na resistência multifacetada de pais, direção colegas e alunos.

O professor inovador que espera ser saudado por seus alunos, acaba por ouvir: “para de enrolar e começa a dar aula”. Correndo o risco de perder seu trabalho, caso trabalhe no setor privado.





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