Primeira viagem de ônibus
Então no mês de novembro do ano
de 1968, mamãe mandou me buscar. Aproveitando que uma “tia Mariinha” estava
vindo de Araguari para Goiânia de Ônibus, ela me trouxe, para que eu já fosse
me acostumando com a rotina desta cidade.
A viagem foi o caos para mim.
Eu nunca tinha viajado de ônibus
por uma distância tão grande como a de Araguari para Goiânia, o máximo que já
tinha viajado era de Araguari para Água suja, uma região pertinho de Araguari,
onde fica a Igreja da Nossa Senhora da Abadia da água suja. Onde os moradores
de Araguari até hoje fazem romarias para adoração a Nossa Senhora da Abadia. Água
Suja era vizinho dos municípios
de Iraí de Minas, Estrela do Sul e Monte Carmelo, Romaria se situa a 18 km a
Sul-Oeste de Monte Carmelo a maior cidade nos arredores. E a 99,6 Km de
Araguari-MG
Na época da festa de Nossa
Senhora, vários ônibus de diversas cidades de longe ou de perto saem em direção
à cidade para participar das festas e adorações. Saímos de madrugada e reunimos
com as outras pessoas na praça do Rosario para irmos. Era um frio sem tamanho,
e foi nesse dia que conheci pela primeira vez uma gota de orvalho.
O sereno ia caindo e eu que
nunca tinha visto, fiquei curiosa para saber o que era aquilo que caia e não
era chuva. Me lembro do cheiro. Engraçado que até hoje quando a neblina vem
chegando, o que é raro aqui em Goiânia onde moro por muitos anos, eu ainda
sinto o cheiro da neblina. E me lembro das gotinhas coloridas do orvalho da
madrugada em Minas.
Então, ao chegar o ônibus vindo
de Araguari para Goiânia, logo ao descer, eu com a barriga toda envolta de
jornais, porque segundo um costume popular, quando se dobra os jornais e
colocam eles na barriga, o estomago não embrulha. Lamento dizer, mas essa
teoria é fake, assim que desci, vomitei o que tinha no estomago de uns três
dias, afff, ruim até de lembrar.
Mas vamos seguindo a viagem,
agora de charrete, para a cassa da tia Mariinha que já morava aqui em Goiânia e
era pertinho da casa da minha mãe, e esta, passaria lá a noite para me buscar. E assim
foi feito, e eu pude conhecer a nossa casa (quarto).
Engraçado é pensar nisso hoje.
Porque naquele tempo, mesmo eu tendo vindo de uma casa gigante em Araguari, eu
não fazia conta disso e não me lembro de em momento nenhum ter tido dificuldade
para me acostumar.
Moramos neste quarto por pouco
tempo, meses depois mamãe conseguiu um outro barracão em um lote sozinho, onde
tínhamos dois quartos uma cozinha, uma sala e um banheiro só nosso, apesar de
este, quase toda semana explodia, e por
sorte ou falta dela, sempre era eu que estava lá dentro. Antigamente isso
acontecia demais, pois as instalações elétricas eram muito frágeis e além de
tudo era uma época que a maioria destes instrumentos davam choque, era muito
ruim. As pessoas até morriam de choque destes pequenos aparelhos nesta época.
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