A Cidade do Sol de Campanella ( divirtam-se)

O livro. “A cidade do Sol” é uma obra do Frei Tommaso Campanella, escrita no século XVII. A história do livro é narrada por dois personagens, que no início da leitura já é possível familiarizarmos com eles, sendo esses personagens: Um Almirante genovês e o Grão-mestre hospitaleiro. A dupla está a todo o momento conversando sobre a existência e funcionamento da Cidade do Sol, e assim entramos na imaginação e no diálogo entre o Grão-mestre e o Almirante, onde eles falam sobre a vida social de seus cidadãos, que é bem interessante e muito rica em detalhes.
Segundo a história, os cidadãos da cidade do Sol, dominavam muito bem a natureza e com esses conhecimentos, tinham uma medicina que proporcionava uma expectativa de vida entre os cidadãos de até 200 anos. Os mais velhos exercia mais prestígio liderança sobre os mais novos e o chefe supremo é semelhante a um sacerdote, que o Almirante prefere chamar-lo de metafísico, mas os habitantes da cidade o chamam de Hoh. O metafísico tem competência plena e dele é a última palavra sobre qualquer assunto. O metafísico é auxiliado por três príncipes,que são: Poder, que vela pela paz, pela guerra e pela arte militar; Sabedoria, responsável por tudo o que se refere à ciência, às artes liberais, mecânicas e a seus cultores; e Amo, que tem como função zelar pela geração, alimentação, vestuário, e também dirigir os mestres encarregados de atividades afins àquelas. O metafísico, por sua vez, é um sábio que completou o sétimo lustro, portanto conhece todas as artes e ciências. Essas informações e didáticas do conhecimento,onde os habitantes estudam , estão impressas ao longo das sete muralhas que formam os círculos concêntricos da cidade, para que todos, em especial as crianças, possam estudá-las.
Os habitantes da cidade possuíam tudo em comum, desde as vestes (brancas), suas casas, dormitórios, leitos e mulheres, e de seis em seis meses trocavam de lugar. Esse sistema é muito semelhante a teoria criada por Max, O comunismo”, o mais interessante que essa leitura é quase 300 anos antes de Max escrever sobre o comunismo e ser implantado na União Soviética. Já no livro, esse sistema de comunhão e igualdade entre os habitantes, pretendiam evitar sentimentos de propriedade, de herança, de amor próprio, origem dos males entre os humanos, em consequência do amor comum, pela comunidade.Outro fato interessante sobre a cidade é que o amor pela pátria, que era muito grande, visto que o amor à coisa pública aumenta, na proporção em que se renuncia ao interesse particular.
Os dirigentes da Cidade do Sol deveriam conhecer todas as ciências, aprofundando-se em algumas em particular, com exceção do metafísico, que deveria conhecer tudo. Todas as artes e ciências, representadas nas muralhas, eram apreciadas pelas crianças e seus professores, de modo que havia, na educação, uma interligação dos saberes. Quanto à amizade, esse era o sentimento que unia os cidadãos.
Sobre o comércio e o dinheiro, “A Cidade do Sol” desconhecia, e o trabalho era dividido igualmente entre homens e mulheres, sendo que cada pessoa exerceria a atividade para a qual fosse mais apta. As mulheres recebiam o mesmo treinamento militar que os homens, e todos praticavam exercícios constantemente, de modo a manterem a beleza. Os casais que gerariam filhos deveriam ter atributos físicos “complementares”, de modo que a criança fosse bela e saudável; aos deficientes físicos, de nascença ou não, porém, era garantido um trabalho conforme as suas possibilidades.
Concluindo sobre “A cidade do Sol”, é importante mencionar que além de semelhante aos moldes comunista de Max, como foi mencionado anteriormente, foi escrito em uma época conturbada, por crises e manifestações contrárias ao regime imposto pela igreja católica, que era basicamente dominada pelo aristotelismo, segundo uma das críticas de Campanella.
A forma com que a cidade era administrada, a união dos habitantes e toda essa estrutura, fazem uma menção de como deveria ser o mundo na época, segundo Frei Campanella, por isso ele escreve em uma linguagem utópica e filosófica, bastante comum naquele período. O mais interessante é que o livro ainda que sendo de séculos passados leva uma mensagem bastante atualizada e aceita na atualidade, que nos faz refletir como seria uma sociedade mais justa e fraterna, para isso, é só lançarmos na utopia da Cidade do Sol.

Comentários

  1. A cidade do sol é muito bonitinho e etc.. porem encontramos situações desagradaveis de favorecimento ao Sol em muitos aspectos. Certamente uma sociedade assim não duraria muito tempo, afinal o ser humano é individualista e precisa conhecer este seu "ser" em todos os aspectos.
    Adorei seu comentário! Parabéns e abraço!

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